Acesso a rede de esgoto aumenta, Norte e Nordeste ainda ficam para trás
Regiões Norte e Nordeste enfrentam maiores desafios, enquanto Sudeste lidera em saneamento básico.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua 2022), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (16), o país registrou um aumento na proporção de residências conectadas à rede geral de esgotamento sanitário entre os anos de 2019 e 2022, passando de 68,2% para 69,5%.
No último ano, aproximadamente 78% dos domicílios brasileiros tinham acesso a algum tipo de serviço de esgoto. No entanto, uma análise regional revela uma preocupante disparidade, evidenciando que as regiões Norte e Nordeste ainda enfrentam deficiências nesse serviço. No Sudeste, 93,9% das residências contam com tratamento de esgoto, enquanto no Sul a porcentagem é de 78,8%. Já na região Centro-Oeste, esse índice é de 66,3%, seguido pelo Nordeste com 61,7% e o Norte com apenas 38,0%.
Os estados que apresentaram os menores índices de residências com acesso a esgoto foram Amapá (23,1%), Piauí (23,3%), Rondônia (27,3%) e Pará (28,0%), contrastando com São Paulo (96,4%), Distrito Federal (94,1%), Minas Gerais (92,3%) e Rio de Janeiro (90,6%), que se destacaram com altos percentuais de acesso ao serviço.
Apesar desse panorama, a pesquisa revela que, em 2022, dos 64,8 milhões de domicílios urbanos do país, 99,5% contavam com abastecimento de água canalizada e 95,1% tinham acesso à rede geral de abastecimento de água. Porém, entre os 9,4 milhões de domicílios rurais, apenas 88,2% tinham água canalizada e somente 38,9% possuíam acesso à rede geral de abastecimento.
No período de 2019 a 2022, a proporção de residências com esgoto coletado por rede aumentou em 1,3 ponto percentual, alcançando 68,2%. Durante esse período, as regiões mais necessitadas registraram um incremento nesse indicador, com o Norte saindo de 27,3% para 31,1% e o Nordeste de 47% para 50,1%, atingindo pela primeira vez mais da metade das residências com acesso à rede geral de esgoto.
No que diz respeito às regiões rurais do país, 32% delas estavam conectadas à rede geral de água, enquanto 29,7% utilizavam poços profundos ou artesianos como fonte de abastecimento. Entre os domicílios rurais, 40,2% (ou 3,7 milhões) contavam com fossa séptica não ligada à rede, enquanto 50,5% (ou 4,6 milhões) possuíam outro tipo de sistema de esgotamento em 2022. Aproximadamente 6,4 milhões de domicílios conectados à rede geral não recebiam água diretamente, o que corresponde a 9% do total.
Além dos dados sobre esgotamento sanitário, a Pnad também trouxe informações sobre outros serviços básicos. A pesquisa constatou que o acesso à energia elétrica no país está praticamente universalizado, alcançando 99,8% dos domicílios, com exceção das áreas rurais da região Norte, que registraram índice de 85%.
Também foi observado um aumento no número de residências com coleta de lixo por serviço de limpeza, passando de 82,7% em 2016 para 86% no ano passado, representando um acréscimo de 8,2 milhões de domicílios nesse período.
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