Açude Patu em Senador Pompeu apresenta seu melhor volume dos últimos 11 anos
A última vez que o açude registrou esse volume foi em março de 2012.

O açude Patú, localizado no município de Senador Pompeu/CE, na bacia do Médio Jaguaribe, atingiu seu melhor volume dos últimos 11 anos: 73,07% de sua capacidade total, segundo os dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), no último levantamento realizado no dia 19 de março de 2023.
Esse resultado é motivo de comemoração para a população e para os produtores da região, que têm sofrido com a escassez de água nos últimos anos. Em 17 de março de 2012, o reservatório registrava exatos 73,07% de sua capacidade total. De lá para cá, sofreu uma queda considerável, chegando a registrar apenas 0,66% em 29 de março de 2018.
O aumento do volume do açude Patú é resultado das chuvas que têm caído na região nos últimos meses. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o Ceará vem registrando boas chuvas desde o início do ano, o que tem ajudado a aumentar o nível dos açudes e barragens em todo o estado.
Ainda conforme a Funceme as chuvas no Ceará superam a média histórica em diversas cidades e mais de 40 municípios já ultrapassaram a previsão de chuvas para o mês de março, dentre eles está o município de Senador Pompeu, que registrou um desvio positivo de 23% além do que era esperado para o período.
Para os próximos meses, a previsão é de que as chuvas continuem, o que é uma excelente notícia para a população e para a economia local, que dependem da água para suas atividades cotidianas.
Recentemente os membros do Comitê Gestor da Cogerh decidiram que, em caso de ausência de recarga nos reservatórios de Milhã, o açude Patu, deverá garantir o abastecimento do município com uma alocação de água através da liberação do equivalente a 130 litros de água por segundo. O comitê deixou claro que esta será uma medida excepcional e que não trará prejuízos para a população local.
O açude Patú tem capacidade para armazenar 65.103.000 metros cúbicos de água e é um importante reservatório para a região do Médio Jaguaribe. Com o aumento do seu volume, a expectativa é que a vida dos moradores da região melhore, já que muitos têm enfrentado dificuldades com a falta de água nos últimos anos.
A saga da construção da Barragem do Patu
O Açude do Patu teve seu projeto original desenvolvido em 1919, durante o governo do presidente interino Delfim Moreira. As primeiras escavações para a fundação da barragem tiveram início em 1921, por meio da antiga Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), atualmente conhecida como DNOCS, durante o mandato do presidente nordestino Epitácio Pessoa.
No entanto, a construção foi interrompida em 1923, por determinação do Presidente Arthur Bernardes, juntamente com outras grandes obras de açudagem no Nordeste. Houve tentativas de retomada, mas sem sucesso. Em julho de 1984, o Projeto Executivo foi finalmente concluído, com algumas alterações no original, elaborado pela Divisão de Barragens do DNOCS. Somente após sessenta e um anos, as obras do Patu foram reiniciadas e, em 25 de novembro de 1987, o tão sonhado Açude do Patu foi concluído.
Em 1932 e 1933, o sítio da barragem do Patu serviu como abrigo para os chamados “flagelados da seca”. O número de flagelados e mortes ainda é incerto e motivo de discussões. Alguns jornais da época afirmam que havia mais de 16 mil flagelados.
O abrigo aos flagelados tinha como objetivo evitar que eles se deslocassem até a capital cearense, Fortaleza, para evitar o agravamento das já precárias condições econômicas e sanitárias da cidade. O Cemitério das Almas do Patu, a Vila dos Ingleses, a Estação, o açude, o hospital e a casa de Pólvora estão protegidos no sítio Histórico de Senador Pompeu.
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