Criação de empregos formais em janeiro tem pior resultado da série histórica, segundo Caged

Dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados mostram queda de 50,2% em relação a janeiro do ano passado e críticas aos juros altos como fator prejudicial à geração de empregos.

Criação de empregos formais em janeiro tem pior resultado da série histórica, segundo Caged
© Marcelo Camargo/Agência Brasil
Publicidade

No mês de janeiro, o mercado de trabalho formal registrou a criação de 83.297 novas vagas, de acordo com os dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. Apesar de positivo, este resultado é o pior da série histórica iniciada em janeiro de 2020 com nova metodologia. Em comparação com janeiro do ano passado, houve uma queda de 50,2% na criação de empregos formais.

A criação de vagas formais ocorreu em 16 das 27 unidades da federação, sendo que quatro dos cinco principais setores pesquisados pelo Caged criaram vagas em janeiro, com exceção do comércio que apresentou o fechamento de 53.524 vagas. Já o setor de serviços teve um saldo positivo de 40.686 novos postos formais de trabalho, com destaque para o setor da administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde e serviços sociais.

O salário médio real de admissão no mês foi de R$ 2.012,76, enquanto o salário médio real de desligamento foi de R$ 2.034,98, descontada a inflação. Em janeiro de 2022, esses valores eram de R$ 2.021,49 e R$ 1.977,89, respectivamente. Os homens tiveram um salário médio de admissão de R$ 2.096,25, enquanto o das mulheres foi de R$ 1.887,60, representando uma diferença de 10%.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, atribuiu o fraco volume de geração de emprego formal em janeiro aos juros altos. Para ele, a Selic (taxa básica da economia) mantida em patamares elevados pelo Banco Central para conter a inflação, tem prejudicado a atividade econômica e afetado a renda e as demissões dos trabalhadores. Além disso, o nível de endividamento das famílias e o comprometimento de renda em alta, somado ao aumento de despesas fixas em janeiro, levam as empresas a reduzir as contratações diante da expectativa de queda do consumo.

Apesar dos obstáculos enfrentados, o ministro destacou o "saldo positivo" nos empregos formais de janeiro e ressaltou a importância do monitoramento do processo econômico para a retomada da economia. 

"Em janeiro, apesar de todos esses 'senões', temos um saldo positivo nos empregos formais", frisou.