Desmatamento na Amazônia triplica em março e faz trimestre fechar como o 2º pior desde 2008

Área desmatada equivale a quase mil campos de futebol por dia e região enfrenta a segunda maior onda de destruição desde 2008, com 12 ministérios mobilizados para zerar desmatamento ilegal até 2030.

Desmatamento na Amazônia triplica em março e faz trimestre fechar como o 2º pior desde 2008
© Reprodução/Internet
Publicidade

Em março deste ano, a área desmatada na Amazônia foi três vezes maior do que a registrada no mesmo período de 2022. Foram quase mil campos de futebol de vegetação nativa destruídos por dia, encerrando um trimestre de intensa devastação na região.

Segundo Beto Veríssimo, cofundador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), desde 2019, a região tem enfrentado um crescente aumento do desmatamento que se mantém no início de 2023. De janeiro a março deste ano, a destruição da floresta foi a segunda maior registrada desde o início da série histórica do Imazon, em 2008, ficando abaixo apenas de 2021, quando 1.185 km² de floresta foram destruídos.

Beto explica que o desmatamento é um processo que leva meses e que o desmatamento verificado agora foi contratado anteriormente. Dados de satélite mostram que metade do desmatamento da Amazônia está concentrada em 17 municípios, principalmente nos estados de Mato Grosso e do Amazonas.

O Ministério do Meio Ambiente confirmou o plano de zerar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030 e retomou um projeto de prevenção e controle do desmatamento mobilizando 12 ministérios. Entretanto, o Ibama, principal órgão de fiscalização ambiental do governo, alega não ter fiscais suficientes para combater o desmatamento. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, diz que atualmente há um déficit de mais de 2,5 mil pessoas dentro do órgão, mas aguarda a realização de concurso para novos servidores. Enquanto isso, a solução é concentrar o trabalho nas áreas mais desmatadas.