Na 1ª semana de abril, Ceará registra um terço da chuva esperada para o mês

Precipitações contínuas trazem alagamentos e preocupações com inundações no estado, mas também fazem açudes transbordarem após 12 anos de seca.

Na 1ª semana de abril, Ceará registra um terço da chuva esperada para o mês
© Fábio Lima/OPOVO
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Nos primeiros dias de abril, o Ceará já recebeu um terço do volume de chuva esperado para o mês, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O acumulado do dia 1º até 7 de abril foi de 63,3 mm, representando 33,5% da média mensal, que é de 188 mm.

O mês de abril, terceiro da estação chuvosa no Ceará, já teve precipitações por sete dias seguidos e há previsão de mais chuva para as próximas horas. As chuvas estão presentes em todas as regiões do estado, com variações de tempo e intensidade.

De acordo com a Funceme, na última sexta-feira, 66 municípios tiveram chuva, sendo Coreaú, na Serra da Ibiapaba, o que teve o maior acumulado em 24 horas, com cerca de 69 mm. Na capital, Fortaleza, choveu apenas 24 mm, mas foi suficiente para causar alagamentos em diversos pontos da cidade. A avenida Heráclito Graça, no Centro, teve um grande acúmulo de água, deixando seis motoristas presos dentro de seus carros. Moradores da região organizaram um grupo para resgatar os condutores. A Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) bloqueou a passagem de veículos durante quase toda a manhã, normalizando a situação no começo da tarde.

Na Praia de Iracema, o cruzamento das avenidas Almirante Barroso e Almirante Tamandaré ficou intrafegável devido à água que cobriu calçadas e o canteiro central. O bairro Vicente Pinzón também teve alagamentos em ruas e avenidas, mas sem ocorrências graves. A Defesa Civil de Fortaleza informou que não houve casos de desabamento, deslizamento ou outras emergências relacionadas às chuvas na capital.

No interior do estado, a preocupação é com a possibilidade de inundações no entorno de grandes reservatórios que estão próximos de sangrar e com o risco de rompimento de barragens que estão recebendo grande volume de água nos últimos dias. Em Pedra Branca, no Sertão Central, moradores das adjacências do Açude do Povo estão com medo de enchentes diante de um eventual transbordo do reservatório. As residências da área chegaram a ser evacuadas após a Prefeitura emitir um alerta de desastre, mas técnicos da Defesa Civil do Estado avaliaram que, por ora, não existe risco que justifique a desocupação das casas. Embora a probabilidade de rompimento da barragem seja baixa, no período chuvoso, as precipitações podem superar as projeções meteorológicas.

Em Quixeramobim, também no Sertão Central, os moradores estão preocupados com a rápida evolução da reserva hídrica do Açude Fogareiro, que atingiu o maior nível em doze anos. Na primeira semana de abril, a cota do reservatório quase triplicou, passando de 32,99% da capacidade máxima no dia 1º para 89% no dia 7.