Operação Gênesis: policiais escoltavam cargas de drogas e alertavam traficantes sobre ações da PM

Segundo Ministério Público, os agentes da segurança faziam a escolta dos traficantes para entregar drogas em Fortaleza

Por Redação GCE . Em 29/05/2021 - 12:36h  |  Atualizado em:  23/01/2022 - 11:05h

Operação Gênesis: policiais escoltavam cargas de drogas e alertavam traficantes sobre ações da PM
Foto: Divulgação/Ministério Público (MPCE)
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A prisão dos quatro Policiais Militares aconteceu nesta quinta-feira (27), durante a terceira fase da Operação Genesis, deflagrada pelo Ministério Público do Estado, MPCE. Os agentes da segurança são suspeitos de participar de um grande esquema que envolve a escolta de traficantes durante o trajeto para entregar drogas em bairros de Fortaleza, em Caucaia, na região Metropolitana, e em Aracati, no interior do Estado. Em troca, eram pagos pelo serviço irregular.


Para o Promotor de Justiça, Rinaldo Granja, coordenador do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GAECO), os policiais atuavam em conjunto com os faccionados e faziam a segurança dos traficantes durante a entrega das drogas, em pleno exercício da função. O promotor esclarece que a Polícia Militar do Ceará ofereceu todo apoio necessário para o cumprimento dos cinco mandados de prisão. 


Um quinto policial envolvido no esquema não foi preso, porque está internado com Covid-19. Ainda segundo Ministério Público, como os agentes andavam fardados e em viaturas, facilitava o transporte de armas e drogas para integrantes de facções criminosas, sem serem abordados pela própria polícia durante os deslocamentos.


Segundo a investigação, um posto de gasolina também está envolvido no esquema de lavagem de dinheiro entre os policiais investigados e chefes do tráfico.  

“Eles davam todo o tipo de suporte para que esses traficantes realizassem livremente o tráfico de drogas e de armas sem serem abordados pela polícia. Muitas vezes, eles faziam a escolta da droga para os traficantes e passavam informações de eventuais operações que a polícia fosse fazer no Bom Jardim e nas adjacências”, diz o promotor Adriano Saraiva.


De acordo com o Ministério Público do Ceará, o homem apontado como líder da organização criminosa já estava preso há mais de dois anos. Ele mantinha o esquema de lavagem de dinheiro por meio de laranjas. A terceira fase da Operação Gênesis segue em andamento, e além dos cinco mandados contra os Policiais Militares, também cumpre 26 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, sendo 21 contra integrantes de organizações criminosas.


As investigações começaram no final de 2016, com o objetivo de desmanchar o esquema de tráfico de drogas das facções criminosas atuantes no estado. Mas no decorrer das investigações, foram descobertas participações de Policiais Militares com crimes, segundo o MPCE.