Policiais envolvidos em ocorrência com morte de adolescente são afastados do cargo

Pedro Kauã Moreira Ferraz, de 15 anos, havia ido buscar o cavalo no quintal da casa da avó quando foi baleado e morreu.

Por Redação GCE . Em 13/01/2024 - 21:00h  |  Atualizado em:  13/01/2024 - 21:16h

Policiais envolvidos em ocorrência com morte de adolescente são afastados do cargo
© Reprodução/Redes Sociais
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São Gonçalo do Amarante, Ceará - Quatro policiais militares que estavam envolvidos na operação que resultou na morte do adolescente Pedro Kauã Moreira Ferraz, de 15 anos, em São Gonçalo do Amarante, foram afastados preventivamente de suas funções pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD) do Estado do Ceará. O afastamento terá uma duração de 120 dias, conforme publicação no Diário Oficial do Estado na quinta-feira, 11 de Janeiro.

A CGD está conduzindo uma investigação sobre o incidente e analisando a conduta do cabo Leon Lawson Soares Ramos, além dos soldados Anastácio Warney Menezes Pedrosa, Flávio Alves da Costa e Vanderson Luiz Pinheiro Alves. A medida foi tomada em decorrência dos policiais terem, segundo a CGD, deixado o local da ocorrência sem prestar qualquer tipo de socorro à vítima.

O trágico episódio ocorreu na noite de 27 de novembro de 2023, quando Kauã, que estava jantando na casa da avó, foi atingido por um disparo de arma de fogo por engano. A polícia estava atendendo a uma ocorrência nas proximidades da residência, e o jovem foi baleado quando saiu ao quintal em busca de seu cavalo, que teria escapado.

Uma câmera de segurança registrou o momento em que os policiais se recusaram a prestar socorro ao adolescente, que veio a falecer no hospital após ser socorrido pelos próprios familiares.

Na versão inicial apresentada pela Polícia Militar, os agentes haviam recebido uma denúncia sobre transporte de entorpecentes em um veículo saindo de Fortaleza. Durante a ocorrência, abordaram o veículo, prenderam um casal e seguiram informações que levaram à residência de Kauã. A troca de tiros ocorreu durante a prisão de um suspeito, resultando na morte do adolescente que não tinha qualquer envolvimento com a ocorrência em questão.

A Polícia Militar, ao ser questionada sobre a denúncia da família de Kauã, não confirmou que o tiro fatal foi disparado por seus policiais, limitando-se a informar que durante a ocorrência foram apreendidas arma e droga, e que, "no decorrer das diligências, os policiais foram informados que um adolescente foi atingido durante a troca de tiros."

A CGD continua a conduzir a investigação para esclarecer as circunstâncias do incidente, as responsabilidades dos envolvidos e garantir a transparência no processo. O afastamento preventivo dos policiais visa assegurar uma apuração imparcial dos fatos.