Quadrilha que cometia fraudes no Detran-CE tinha ligação com integrante de facção paulista
Esquema criminoso no Departamento Estadual de Trânsito do Ceará foi descoberto após a análise das conversas contidas em um aparelho celular.
Redação GCE 
Fortaleza, Ceará - A Polícia Civil do Ceará (PCCE) revelou detalhes de uma operação que desmantelou uma organização criminosa atuante no Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE). A ação, que envolveu a detenção de 14 suspeitos e a execução de 41 mandados de busca e apreensão domiciliar, 41 mandados de busca pessoal e 3 afastamentos de funções públicas, foi resultado de uma investigação minuciosa conduzida pela Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas do Ceará (DRFVC).
Os acusados, um total de 43 pessoas, de acordo com a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), estão sendo processados por uma série de crimes que incluem falsidade ideológica, adulteração de sinal identificador de veículo, corrupção passiva, corrupção ativa e organização criminosa. As investigações tiveram início após autorização judicial para a análise das conversas contidas no celular de Antônio Wilson Lopes Pereira, que é membro de uma facção paulista com atuação no Ceará e em todo o Brasil.
O MPCE, que denunciou o grupo no dia 20 de julho deste ano, alega que Antônio Wilson estava envolvido na falsificação de documentos públicos e privados, com foco especial em documentos públicos utilizados na adulteração e clonagem de veículos automotores roubados ou furtados, fornecendo esses documentos à referida facção criminosa.
A investigação se desdobrou na chamada "Operação Forger", que foi deflagrada em 2 de julho deste ano. Além das prisões e mandados de busca, a ação também resultou no afastamento de três indivíduos de suas funções públicas.
O Departamento Estadual de Trânsito do Ceará emitiu uma nota repudiando "qualquer tipo de conduta indevida, seja de servidor público ou colaborador" e assegurou que tomará as medidas necessárias. A nota também destacou os investimentos em tecnologia, como vistoria digital e sistemas de georreferenciamento e reconhecimento facial, que visam combater tentativas de práticas indevidas ou criminosas, protegendo as informações dos proprietários de veículos e os próprios bens.
A denúncia do MPCE foi recebida pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas da Justiça Estadual, e os acusados se tornaram réus em 8 de agosto deste ano. A operação representa um esforço conjunto das autoridades para combater a corrupção e a criminalidade no âmbito do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará, reforçando o compromisso com a lei e a justiça.
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