Terra da Luz renova esperança: chuvas fazem 6 açudes no Ceará sangrarem após mais de uma década

Ao todo, os 157 açudes acompanhados pelo órgão têm, atualmente, 44,6% do volume total armazenado. Além dos 59 em sangria, outros 9 estão com volume acima de 90%.

Por Redação GCE . Em 07/04/2023 - 08:30h  |  Atualizado em:  07/04/2023 - 08:34h

Terra da Luz renova esperança: chuvas fazem 6 açudes no Ceará sangrarem após mais de uma década
© Reprodução/Redes Sociais
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Nos primeiros meses da quadra chuvosa, fevereiro e março, as chuvas que caíram no Ceará foram tão intensas que 59 açudes estão sangrando, sendo que seis deles vivenciaram esse fenômeno novamente depois de mais de uma década.

De acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), dos 157 açudes acompanhados pelo órgão, 44,6% do volume total armazenado está atualmente disponível, sendo que nove açudes estão com volume acima de 90%.

O monitoramento sistemático e continuado da Companhia permite conhecer o regime hidrológico de cada açude, o que possibilita saber a capacidade e garantia de atendimento das demandas hídricas das regiões onde estão localizados.

Dentre os açudes que sangraram depois de muito tempo, podemos citar o Cachoeira, em Aurora, que alcançou sua capacidade máxima de 34,3 milhões de metros cúbicos após 14 anos, no dia 14 de março.

No mesmo dia, o açude Patu, em Senador Pompeu, atingiu 100% de sua capacidade e começou a sangrar, após 12 anos.

O açude Riacho do Sangue, em Solonópole, atingiu sua capacidade máxima de 58,4 milhões de metros cúbicos no final de março, após ter ficado totalmente seco em janeiro de 2018. Durante o período de seca entre 2012 e 2018, os governos estadual e municipal tomaram medidas para minimizar seus efeitos, incluindo a perfuração de poços artesianos. A sangria do açude traz alívio para os agricultores, pescadores e toda a população de Solonópole, que dependem do açude para subsistência e desenvolvimento econômico.

O açude Quixeramobim, em Quixeramobim, também teve sua sangria na noite do último domingo (2), após ter atingido apenas 1% de sua capacidade total no início de março. A última sangria havia ocorrido em agosto de 2011. A gestão municipal havia estimado que a cidade só teria água para mais dois meses antes da estação chuvosa. O reservatório foi criado em 1958 e sangrou pela primeira vez no ano seguinte.

O Vieirão de Boa Viagem havia sangrado pela última vez em maio de 2011 e voltou a verter na última segunda-feira (3) após 12 anos. No começo de março, o açude estava totalmente seco, mas a região do Sertão Central recebeu chuvas expressivas que contribuíram para a sangria. A barragem foi concluída em 1988 e ficou seca entre 2014 e 2020 durante o longo período de seca que atingiu o Ceará.

O açude Jenipapeiro, em Deputado Irapuan Pinheiro, voltou a sangrar nesta quinta-feira (6) após quase 12 anos desde a última sangria em maio de 2011. O açude tem capacidade para 14,6 milhões de metros cúbicos e foi construído pelo governo federal em 1999. Há um ano, ele tinha 33% do volume preenchido e manteve essa média até o mês passado. A sangria traz esperança para a população local que depende do açude para abastecimento de água.