Capacete Elmo, inovação cearense, concorre a prêmio da América Latina
A premiação garante suporte financeiro para investir em projetos de pesquisa, inovação e educação na área da saúde; votação está aberta apenas para médicos (com CRMs ativos), e pode ser realizada até o dia 28 de junho.

O capacete de respiração assistida Elmo está concorrendo como um dos semifinalistas na segunda edição do “Prêmio Euro: Inovação na Saúde”. O projeto foi inscrito na categoria “Inovação Tecnológica Aplicada à Saúde” e foi um dos escolhidos entre 850 iniciativas cadastradas por médicos de 16 países da América Latina.
O capacete Elmo foi criado pelo médico pneumologista Marcelo Alcantara em abril de 2020, durante o início dos efeitos da pandemia de covid-19 no Brasil. Foram nove protótipos sugeridos e testados em voluntários em um laboratório criado especificamente para o dispositivo. Com a consolidação do equipamento, iniciou-se a aplicação em pacientes. O trabalho reuniu diversos profissionais, entre médicos pneumologistas e intensivistas, fisioterapeutas, técnicos em usinagem e ferramentaria, design industrial e engenheiros nas áreas clínica, civil, mecânica e de produção.
Até o momento, cerca de 11 mil unidades do capacete Elmo já foram distribuídas em todo o Brasil. A taxa de sucesso relacionada à ausência de intubação alcançou um índice de quase 70%.
O projeto foi abraçado pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) e Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). Fizeram parte, também, da força-tarefa a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/Ceará), a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Universidade de Fortaleza (Unifor). Contou ainda com o apoio do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) e da Esmaltec.
O Prêmio Euro Inovação na Saúde reconhece grandes inovações da área médica e incentiva o desenvolvimento de soluções que transformam vidas. A iniciativa visa fomentar o ecossistema de inovação em saúde, reconhecendo projetos desenvolvidos em qualquer um dos países da América Latina nos quais a empresa atua. Esta é a segunda edição do prêmio no Brasil. Serão três vencedores em quatro categorias diferentes.
O projeto cearense concorre com outras 11 soluções que estão em votação popular. As propostas inscritas no concurso podem ter sido ou estar sendo desenvolvidas coletivamente. Em caso de premiação, os vencedores terão suporte financeiro para investir em projetos de pesquisa, inovação e educação na área da saúde.
A diretora de Inovação e Tecnologias da ESP Paulo Marcelo Martins Rodrigues, autarquia vinculada à Sesa, Alice Pequeno, destaca que o capacete foi utilizado amplamente durante a pandemia, mas também pode beneficiar pessoas com outros tipos de doenças respiratórias.
“É nesse sentido que nós vamos seguir com a proposta de incorporação do Elmo como tecnologia ao Sistema Único de Saúde (SUS). Todo o recurso [do prêmio] vai ser investido em novas pesquisas para desenvolvimento, por exemplo, do capacete Elmo pediátrico ou o Elminho. A gente está vendo muitos problemas em crianças e o Elminho pode ser uma alternativa utilizada também nesse sentido”, explica Pequeno.
COMO VOTAR
Médicos e médicas (que possuam CRMs ativos) devem acessar o Site do Prêmio Euro e realizar um cadastro por meio da aba “fazer login”, no canto superior direito da tela. É necessário preencher um formulário com dados como país, estado e número do registro médico.
Após o envio das informações, o profissional deve clicar na aba “votação”, localizar a janela com o nome do projeto “Capacete de Respiração Assistida Elmo” e registrar o voto. É possível participar do processo até o dia 10 de maio de 2023.
Os finalistas do prêmio serão anunciados em 15 de maio de 2023, e a premiação acontecerá em um evento online em 10 de junho de 2023.
A iniciativa de desenvolvimento do Capacete de Respiração Assistida Elmo é um exemplo de como a união de diversos setores da sociedade pode trazer soluções inovadoras e transformadoras para a área da saúde. Com a possibilidade de ser incorporado ao SUS e a continuidade do desenvolvimento de novas versões do equipamento, é possível que a tecnologia beneficie cada vez mais pessoas em todo o país.
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