Vacina contra dengue deve estar disponível no SUS em até um ano e meio, diz ministério
Já foram registrados, somente neste ano, mais de 1,3 milhão de casos prováveis de dengue no Brasil, com 596 mortes confirmadas e 428 em investigação.

Na terça-feira (6), durante um debate na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, Daniel Ramos, representante da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, apresentou os dados alarmantes sobre a dengue no Brasil. Segundo os registros, somente neste ano, o país já contabiliza mais de 1,3 milhão de casos prováveis da doença, com 596 mortes confirmadas e 428 em investigação. As regiões mais afetadas são o Centro-Oeste e o Sudeste.
Ramos ressaltou que, em comparação a 1995, houve um aumento significativo na infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chicungunya e da zika. Naquele ano, apenas 31,4% dos municípios estavam infestados, enquanto em 2021 esse número chegou a 89,9%. Em março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma vacina contra a dengue, mas o representante do Ministério da Saúde explicou que levará algum tempo para que ela esteja disponível para a população.
Segundo Ramos, a previsão é de que a vacina seja incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em aproximadamente um ano e meio. Esse prazo se deve aos trâmites de importação de um lote inicial, bem como à necessidade de trazer a tecnologia para Bio-Manguinhos e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a fim de possibilitar a produção nacional.
Diante da gravidade da situação, o Ministério da Saúde acionou, em março deste ano, o comitê de operações de emergência para apoiar os estados e municípios no enfrentamento da dengue. A medida resultou na declaração de emergência de saúde pública em 82 municípios, sendo que 42 deles concentram 60% dos casos, recebendo maior atenção do ministério. O comitê tem desempenhado ações como a elaboração de informes e notas técnicas, o apoio local, a capacitação de profissionais e a distribuição de sorologias e inseticidas. Além disso, foi lançada uma campanha nacional de combate à dengue e outras doenças transmitidas por insetos, conhecidas como arboviroses.
Daniel Ramos também chamou a atenção para a insegurança hídrica e a falta de saneamento como problemas que contribuem para a propagação da dengue, já que os reservatórios de água tornam-se criadouros do mosquito Aedes aegypti. Os dados mencionados têm como fonte a Agência Câmara de Notícias.
Situação no Ceará
De acordo com o IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará, o estado notificou 29,7 mil casos de arboviroses até o momento deste ano, sendo que mais de 70% desses casos correspondem à dengue (23.332), seguida pela chicungunya (5.820) e zika (571). Os números referem-se à semana epidemiológica 23, até segunda-feira, 5. No mesmo período de 2022, o Ceará havia registrado 96.943 notificações de arboviroses, sendo 53.308 de dengue, 42.536 de chicungunya e 1.099 de zika.
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