Cinco cidades do Ceará estão em risco de colapso no abastecimento de água até junho

Agravamento da seca ameaça o abastecimento em regiões sensíveis do estado. Governo prepara Plano de Contingência para enfrentar a crise hídrica.

Por Redação GCE . Em 11/01/2024 - 11:21h  |  Atualizado em:  11/01/2024 - 12:14h

Cinco cidades do Ceará estão em risco de colapso no abastecimento de água até junho
© Honório Barbosa/SVM
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No atual cenário, em que as evidências indicam a iminência de uma seca no estado do Ceará, cinco cidades enfrentam uma situação crítica de desabastecimento.

O principal manancial responsável por garantir o acesso à água nesses municípios só assegura o abastecimento até junho de 2024, conforme revelou o levantamento do Grupo de Contingência da Seca.

As cidades em risco iminente de colapso são:

  • Ibicuitinga (Sertão Central)
  • Itatira (Sertão de Canindé)
  • Milhã (Sertão Central)
  • Quiterianópolis (Sertão dos Inhamuns)
  • Quixeramobim (Sertão Central)

Paulo Ferreira, titular da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), detalhou que o Grupo de Contingência realiza reuniões quinzenais para avaliar a situação hídrica do estado. Os dados são fornecidos pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), com base nos Serviços Autônomos de Água e Esgoto (SAAE).

“O Grupo de Contingência, quinzenalmente, se reúne e faz o levantamento das sedes municipais do abastecimento. Onde tem Cagece, as informações são fornecidas pela Cagece e onde tem SAAE as informações são coletadas pela Cogerh. Hoje temos 35 cidades que tem SAAE. Dos 184 municípios, temos 5 que tem criticidade alta”, ressaltou.

Ferreira destacou que o Plano de Contingência para impactos do El Niño, entregue ao Governo Federal, será apresentado publicamente ainda este mês. O plano inclui ações emergenciais específicas, como a perfuração de poços e a estruturação de adutoras para as cidades em situação crítica.

Para enfrentar a crise iminente, o plano de contingência já está em andamento, com ações específicas para cada cidade afetada. Em Quixeramobim e Ibicuitinga, por exemplo, propõe-se a substituição da adutora atual - de montagem rápida - por convencionais. Nos locais onde não é possível atender com adutoras, a alternativa é a construção de poços.

O prognóstico da quadra chuvosa de 2024, a ser divulgado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) em 19 de janeiro, é aguardado com grande expectativa. Após a divulgação, o Governo Estadual pretende apresentar à população o Plano de Contingência, elaborado com a participação de várias secretarias e órgãos, visando não apenas o abastecimento humano, mas também a indústria e a agricultura.

Atualmente, o Ceará enfrenta um desafio com um volume médio acumulado de 38,5% nos 155 açudes monitorados pela Cogerh. Com 47 açudes com volume inferior a 30%, a situação é mais crítica nas bacias do Sertão de Cratéus, do Médio Jaguaribe e do Curu, que registram respectivamente 19,33%, 23,21% e 26,57%. O açude Germinal, em Palmácia, é o único que está sangrando no momento.