Mãe denuncia médica por diagnosticar filha com dor no braço como 'pessoa fingindo ser doente', no Ceará

Após atendimento por uma segunda médica, foi detectado que criança tem uma rachadura em osso do braço e suspeita da presença de um tumor.

Por Redação GCE . Em 16/09/2023 - 07:36h  |  Atualizado em:  16/09/2023 - 07:52h

Mãe denuncia médica por diagnosticar filha com dor no braço como 'pessoa fingindo ser doente', no Ceará
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Horizonte, Ceará - Cibeli Rocha, moradora de Horizonte, na região da Grande Fortaleza, procurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) local na noite de quinta-feira (14) com sua filha de sete anos, que estava sofrendo com dores intensas no braço. O incidente ocorreu após a criança ter machucado o braço uma semana antes enquanto brincava. Inicialmente, o membro não apresentou inchaço, e Cibeli aplicou tratamentos caseiros, incluindo compressas de gelo e medicamentos anti-inflamatórios.

No entanto, à medida que as dores aumentaram, a criança relatou incapacidade de erguer o próprio braço. A mãe procurou atendimento médico na UPA de Horizonte, onde foi confrontada com uma avaliação que a deixou indignada. A primeira médica que atendeu a criança a diagnosticou como "pessoa fingindo ser doente (simulação consciente)". Cibeli questionou o diagnóstico, pedindo a realização de um raio-x, mas, segundo ela, a médica se recusou a fazê-lo inicialmente.

Determinada a buscar a verdade sobre a condição de sua filha, Cibeli pressionou a profissional de saúde até que um raio-x fosse finalmente realizado. A médica, mesmo assim, manteve sua alegação de simulação, encaminhando a criança para a realização de um raio-x, mas com o registro de que a paciente estava fingindo uma doença.

"Eu perguntei se era aquilo mesmo, se minha filha estava fingindo. Ela disse 'sim, estava'; e eu respondi 'pois tudo bem, eu só queria ouvir isso da sua boca'."

Cibeli  então registrou um boletim de ocorrência contra a médica na Delegacia Municipal de Horizonte. "Ela não queria atestado pra faltar aula nem trabalho, é uma criança com dor, ela não iria fingir isso", defende.

Em um segundo atendimento, a criança foi examinada por outra profissional de saúde, que solicitou imediatamente um raio-x. Os resultados revelaram uma rachadura no osso do braço e uma mancha suspeita, que levantou preocupações sobre a possibilidade de um tumor.

"Fomos atendidos [no retorno] por uma ótima profissional. Fizemos um raio-x e foi detectado que ela tem uma rachadura no osso e uma mancha, que estão suspeitando que é um tumor", diz a Cibeli Rocha.

A Prefeitura de Horizonte se manifestou sobre o incidente, lamentando o ocorrido e esclarecendo que a UPA é gerida pelo Instituto Gestão e Cidadania (ICG). A médica denunciada não era uma profissional fixa do município, e a prefeitura informou que solicitou ao ICG que a profissional não seja mais escalada para atender na UPA, com o objetivo de restaurar a confiança da comunidade no sistema de saúde local.

A administração municipal também assegurou que a criança está recebendo toda a assistência necessária e será encaminhada para uma consulta com um especialista no Hospital Albert Sabin, em Fortaleza.