Pente-fino no Bolsa Família mira beneficiários que entraram na véspera da eleição de 2022, diz ministro
Primeira fase do pente-fino, que resultou no cancelamento de 1,5 milhão de beneficiários em março, voltou-se a quem estava desenquadrado por ganhar mais do que o teto estipulado pelo governo.

O Ministério do Desenvolvimento Social começou a revisar os cadastros do Bolsa Família feitos antes das eleições, com o objetivo de aumentar a eficiência do programa e investigar possíveis crimes eleitorais cometidos pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o ministro Wellington Dias, a primeira fase da revisão, que ocorreu em março e resultou no cancelamento de 1,5 milhão de beneficiários, foi voltada para aqueles que tinham renda superior ao limite estabelecido. Agora, o foco é naqueles que foram incluídos no programa nos meses que antecederam as eleições, sem o devido controle.
Dias afirma que houve uma substituição dos sistemas de registro por um aplicativo, acelerando a entrada de beneficiários, mas inviabilizando a análise técnica adequada. A equipe do ministério está em contato com a Advocacia-Geral da União e as informações coletadas nesta nova fase da revisão poderão ajudar em investigações de possíveis crimes eleitorais.
Diferentemente da primeira fase, quando os beneficiários em situação irregular foram automaticamente desligados, a pasta agora irá abrir um prazo para que os alvos da apuração possam se explicar antes de decidir se irá cancelar ou não o benefício.
Enquanto busca racionalizar o cadastro do Bolsa Família, o governo também tenta incorporar novas famílias ao programa, em linha com a meta de tirar o Brasil do Mapa da Fome até 2026. Em março, quase 700 mil novos beneficiários foram incluídos no programa e, em abril, o ministro espera incluir pelo menos mais 300 mil pessoas. A ideia é que o benefício chegue àqueles que realmente precisam.
Dias garante que os beneficiários não devem temer a revisão e que a nova modelagem do programa oferece mais segurança para quem busca trabalho. Aqueles que conseguem um emprego formal ou um negócio e ultrapassam o limite de renda estabelecido deixam de receber o Bolsa Família, mas permanecem no Cadastro Único e, caso percam o emprego ou tenham queda na renda, podem voltar a receber o benefício.
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