Bolsonaro é alvo da PF por suspeita de fraude em cartões de vacinação
Policiais fizeram buscas na casa do ex-presidente em Brasília e prenderam 6 pessoas. Entre os presos está Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Nesta quarta-feira (3), a Polícia Federal realizou buscas na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, no âmbito da investigação das "milícias digitais". Além disso, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, foi preso.
Embora Jair Bolsonaro não tenha sido alvo de mandado de prisão, ele deve prestar depoimento ainda hoje na Polícia Federal em Brasília. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que já preside o inquérito em questão.
De acordo com a Polícia Federal, a corporação está investigando um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Essa falsificação teria sido utilizada para emitir certificados de vacinação fraudulentos e burlar as restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, destinadas a impedir a propagação da pandemia.
A investigação aponta que certificados de vacinação falsos teriam sido emitidos para o ex-presidente Jair Bolsonaro, sua filha Laura Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa, a esposa e a filha dele. A PF ainda está investigando a situação de outros membros da comitiva, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A operação resultou na prisão de quatro dos seis alvos, incluindo o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, o policial militar Max Guilherme, o militar do Exército Sérgio Cordeiro e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha. Os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
A PF afirma que as condutas investigadas podem configurar, em tese, crimes como infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores. A investigação aponta que a inclusão dos dados falsos aconteceu entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado e foi realizada com o objetivo de "manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas" e "sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19".
A inclusão dos dados falsos aconteceu entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado.
As pessoas beneficiadas conseguiram emitir certificados de vacinação e usar para burlar restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, segundo os investigadores.
Os dados teriam sido inseridos no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) do Ministério da Saúde. A PF não divulgou quem, segundo as investigações, teria feito essa inserção.
A Polícia Federal afirma que o objetivo do grupo seria "manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas" e "sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19".
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