Ex-major preso na última quarta-feira (4), é considerado como morto pelo Exército, e esposa recebe pensão desde 2008
Ailton Barros foi preso pela PF, na última quarta-feira (4), em operação que apura fraudes em cartões de vacina.

Dados do Portal da Transparência apontam que Marinalva Barros, esposa do ex-major do Exército Ailton Barros, preso pela Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (4/5), recebe pensão militar de R$ 22,8 mil.
Ailton foi detido na Operação Venire, que investiga suposto esquema de fraudes em dados do Ministério da Saúde para adulterar informações de cartões de vacina contra a Covid-19. Entre os supostos beneficiados pelo esquema está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a página do governo federal, Marinalva recebe o benefício como viúva. Isso ocorre porque Ailton foi expulso da corporação. De acordo com o Exército, os sistemas de informática da autarquia o registram como “morto” por questões burocráticas.
Em 2006, o Superior Tribunal Militar (STM) expulsou Ailton Barros do Exército, por unanimidade. A lista de transgressões às regras militares foi longa e incluiu uma acusação contra o então capitão por atropelar de propósito um soldado do Exército em 1999.
Na decisão do STM, há uma menção a um suposto abuso sexual de Barros contra uma mulher em um acampamento militar em Natal (RN). Esse crime não foi analisado por questões processuais.
De acordo com o Portal da Transparência, a “viúva” de Ailton, Marinalva Leite da Silva Barros, recebe a pensão desde 2008. O último registro do portal aponta que, em fevereiro deste ano, a remuneração bruta era de R$ 22,8 mil.
Com descontos como o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRPF) e o fundo de saúde, o valor após deduções foi de R$ 14,9 mil. Em novembro de 2022, ela chegou a receber R$ 11 mil a mais devido à gratificação natalina. Veja:
Operação Venire
Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.
Ao menos dois ajudantes de ordem e seguranças do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram presos. Um deles é o ex-policial Max Guilherme, ex-assessor especial de Bolsonaro.
Segundo a PF, as inserções falsas ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários.
Em investigações, agentes da PF descobriram mensagens em que Ailton Barros diz saber quem é o mandante da execução da vereadora Marielle Franco.
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