Glaucoma: crenças populares e falta de informação afetam pacientes

No Dia Nacional de Prevenção ao Glaucoma, especialistas destacam a importância de desmistificar informações errôneas e incentivar o diagnóstico precoce da doença.

Glaucoma: crenças populares e falta de informação afetam pacientes
© Tony Winston/Agência Saúde-DF
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No Dia Nacional de Prevenção ao Glaucoma, celebrado na última sexta-feira (26), o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) ressaltou a importância de combater os diversos mitos relacionados a essa doença ocular, que é considerada a principal causa evitável de cegueira em todo o mundo. A desinformação pode levar ao adiamento do tratamento adequado e até mesmo afastar os pacientes dos cuidados necessários.

De acordo com o CBO, é extremamente relevante ter uma data dedicada à conscientização sobre o glaucoma. Essa é uma oportunidade de alertar a população sobre a natureza lenta da perda de visão causada pela doença e a importância de realizar visitas periódicas ao oftalmologista para um diagnóstico precoce por meio de sinais, sintomas e exames.

Um dos mitos mais comuns entre os pacientes com glaucoma, segundo o CBO, é o receio de "forçar" o olho. Alguns indivíduos têm medo de que, ao ler, bordar ou assistir televisão, por exemplo, possam prejudicar a visão e aumentar a pressão ocular.

O conselho esclarece que o que pode ocorrer é que algumas pessoas já tenham irritação nos olhos devido ao uso de colírios ou a fatores ambientais. Essas pessoas acabam fazendo uma associação equivocada entre o esforço visual realizado durante atividades comuns do cotidiano e o desconforto ou complicações oculares.

Outro mito disseminado entre os pacientes é a crença de que o glaucoma inevitavelmente levará à cegueira. Segundo o CBO, essa ideia se originou em uma época em que a doença não possuía muitas opções de tratamento. No entanto, atualmente, a situação é bem diferente devido aos avanços científicos e médicos. O diagnóstico precoce reduz consideravelmente as chances de perda de visão.

O desconhecimento sobre a disponibilidade de tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) é outro obstáculo que atrasa o enfrentamento do glaucoma. O SUS oferece aos pacientes acesso gratuito a consultas, exames, medicamentos e cirurgias.

O CBO é enfático ao afirmar que, se os pacientes têm dúvidas sobre o glaucoma, devem buscar respostas com um oftalmologista. A falta de conhecimento prejudica a saúde, dificulta a aceitação do diagnóstico, causa atrasos no início do tratamento e pode levar ao abandono do cuidado necessário. Em todos os casos, os efeitos são negativos e contribuem para a progressão do glaucoma.

O glaucoma, embora seja uma doença ocular tratável, pode levar à cegueira se não forem adotados os cuidados e tratamentos corretos. Estudos estimam que entre 1% e 2% da população mundial vive com glaucoma, e as projeções não são animadoras, prevendo-se que 111,8 milhões de pessoas sofram com a doença até 2040.

Diante de sinais e sintomas de problemas oculares, a orientação é que os pacientes passem por um exame oftalmológico completo, que inclui a medição da visão, o exame na lâmpada de fenda (aparelho no qual o oftalmologista observa detalhes microscópicos do olho), a medição da pressão intraocular e o exame de fundo de olho. Além disso, é realizada a documentação fotográfica do olho por meio da retinografia.

A prevenção e o tratamento adequados do glaucoma são fundamentais para preservar a visão dos pacientes. A conscientização sobre os mitos associados à doença desempenha um papel crucial na promoção do cuidado ocular e na redução do impacto do glaucoma como causa de cegueira evitável.