Jovem tem pés e mãos amputados por causa de infecção urinária; Entenda

Gabrielle Barbosa teve membros amputados depois que uma infecção urinária simples evoluiu para infecção generalizada.

Por Redação GCE . Em 29/06/2023 - 10:08h  |  Atualizado em:  29/06/2023 - 10:13h

Jovem tem pés e mãos amputados por causa de infecção urinária; Entenda
© Reprodução/Redes Sociais
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Gabrielle Barbosa, uma jovem de 20 anos, residente em Franca (SP), passou por uma experiência traumática após ser diagnosticada com uma infecção generalizada, conhecida como sepse. Em dezembro de 2022, Gabrielle estava sendo tratada de uma infecção urinária com o uso de antibióticos. Após um mês, ela retornou ao hospital para realizar exames, sendo considerada curada na ocasião.

No entanto, quatro meses mais tarde, Gabrielle foi surpreendida com o diagnóstico de sepse, o qual, posteriormente, resultou na amputação de suas mãos e pés. Em março deste ano, a jovem sentiu dores nos rins e decidiu buscar atendimento hospitalar. Após ser diagnosticada com cólica renal, ela recebeu tratamento intravenoso e foi liberada. Entretanto, ao retornar para casa, Gabrielle desmaiou e sua mãe teve que chamar o Samu, pois sua saturação estava baixa.

Somente após a realização de diversos exames, Gabrielle recebeu o diagnóstico de sepse. A infecção que se originara na bexiga contaminou os rins e alcançou a corrente sanguínea, espalhando-se para o restante de seu corpo. A jovem lamenta que, naquele momento, os médicos afirmam que ela não deveria ter sido liberada, mas sim encaminhada para permanecer internada.

“Vimos que minha infecção urinária havia se tornado generalizada. Hoje em dia, os médicos afirmam que, naquele momento, eu não deveria ter sido liberada, mas me mandaram para casa”, explica.

No entanto, ao buscar atendimento para a sepse, Gabrielle enfrentou dificuldades, uma vez que o hospital da cidade não possuía vagas disponíveis. Ela precisou aguardar em um corredor até ser direcionada para uma sala improvisada como Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os médicos encontraram dificuldades para estabilizar a pressão arterial da paciente e, sem sucesso, solicitaram uma transferência para a emergência de outro hospital. Contudo, a transferência demorou consideravelmente.

Gabrielle conseguiu a vaga somente em 31 de março, quando já se encontrava em um estado ainda mais grave. Ela foi intubada e sofreu duas paradas cardíacas. Permaneceu em coma induzido durante seis dias e, ao acordar, percebeu que suas mãos e pés estavam enfaixados. Os médicos demoraram um pouco para comunicar-lhe a necessidade de amputação, mas Gabrielle já estava ciente do fato.

O urologista Mario Fernandes Chammas, do Hospital DF Star, alerta que a infecção urinária é comum entre mulheres. Ele esclarece que, quando a infecção atinge apenas a bexiga, é chamada de cistite, um quadro simples que, em alguns casos, pode evoluir para os rins e causar pielonefrite, uma condição grave.

Os sintomas da infecção urinária incluem desconforto ao urinar, sensação falsa de bexiga cheia e presença de sangue na urina. A doença geralmente é causada por desidratação, segurar a urina por muito tempo e não urinar após as relações sexuais. O tratamento consiste no uso de antibióticos e aumento da ingestão de líquidos.

O médico urologista Danilo Galante ressalta a importância de não negligenciar qualquer sinal de infecção urinária. Ele enfatiza que situações drásticas como a de Gabrielle ocorrem quando o paciente é atendido já em um estágio avançado da doença e precisa de medicamentos para manter o funcionamento dos órgãos vitais. Entretanto, esses medicamentos causam a saída do sangue das extremidades, resultando em isquemia e morte do tecido.

“A condição torna-se generalizada quando a infecção dos rins evolui e a concentração da bactéria aumenta na corrente sanguínea, causando a chamada sepse. O resultado é bem mais grave, pois o paciente pode ter uma tendência a gerar coágulos sanguíneos que impedem a irrigação das extremidades. Sem fluxo de sangue, o tecido dos membros morre e é preciso fazer a amputação”, explica o médico.

Após receber alta hospitalar em 26 de abril, Gabrielle retornou para casa e desde então tem se esforçado para se adaptar às mudanças. Atualmente, ela conta com mais de 200 mil seguidores no Instagram e está participando de uma vaquinha organizada pelo portal Razões para Acreditar, com o objetivo de arrecadar R$ 520 mil para cobrir os custos das próteses necessárias.

Apesar da situação complicada, Gabrielle afirma que não se entristece, pois conhece casos ainda mais desafiadores. A jovem expressa sua imensa felicidade por estar viva.