PM é condenada a 21 anos de prisão por matar marido queimado em crime passional

Cabo da PM em Guarulhos (SP) é sentenciada por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver; intimidação à própria filha também é destacada na sentença.

PM é condenada a 21 anos de prisão por matar marido queimado em crime passional
© Divulgação/PMSP
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Nesta quinta-feira (27/7), a cabo da Polícia Militar, Nagmar Pinheiro Pereira, recebeu uma sentença de 21 anos de prisão por assassinar seu marido, o também policial militar Nélio Rego Lione, de 44 anos, em um crime que chocou a cidade de Guarulhos, no estado de São Paulo.

A condenação da policial foi determinada pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, além do delito de ocultação de cadáver. O juiz responsável pelo caso, Dr. Luis Fernando Decoussau Machado, destacou ainda que, além do assassinato brutal, Nagmar intimidou sua própria filha para que esta encobrisse os fatos.

O crime ocorreu em 18 de janeiro de 2020, quando o corpo carbonizado de Nélio Rego Lione foi encontrado dentro de um veículo na Estrada do Sabão, em Guarulhos. A polícia, que tratou o caso como crime passional, identificou perfurações de bala no corpo antes do incêndio que o consumiu.

O corpo da vítima estava enrolado em um edredom, com a cabeça descoberta, no banco de trás do carro. Os Bombeiros foram chamados, mas quando chegaram ao local, as chamas já haviam sido controladas. Colegas de Nélio, também policiais militares, conseguiram identificar o corpo.

Dois dias após o crime, Nagmar confessou ser a autora do assassinato. Anteriormente, ela havia alegado que o carro carbonizado, onde estava o corpo de seu marido, pertencia a ela, mas era Nélio quem o utilizava. Peritos constataram três marcas de tiros em um dos braços da vítima.

Como resultado da condenação, além da prisão em regime fechado, a ré teve decretada a perda do cargo, emprego ou função que ocupava na Polícia Militar. Cabe ressaltar que Nagmar tem o direito de recorrer da sentença.

O caso ganhou ainda mais notoriedade por envolver uma família com representantes na política local. Nélio Rego Lione era irmão de Gerice Lione, vereadora pelo município de Suzano e também policial militar, que ocupava o cargo de presidente da Câmara Municipal à época do crime.

A sentença proferida pelo juiz Machado coloca um ponto final em um caso que chocou a região e levantou questionamentos sobre o papel da policial militar na sociedade e a segurança doméstica entre membros da corporação. A Justiça espera que a condenação seja um exemplo de que crimes dessa natureza não serão tolerados e que a lei será aplicada de forma justa e imparcial.