Presidente da FAEC visita Campos de Concentração históricos em Senador Pompeu, Ceará
Amílcar Silveira e equipe buscam resgatar memórias das tragédias das secas de 1915 e 1932 e promovem projeto 'Caminhos da Seca'.

No último sábado (22), o presidente da Federação da Agricultura do Ceará (FAEC), Amílcar Silveira, acompanhado por membros da Popular Arte e outros amigos, realizou uma visita ao Sítio Histórico do Patu, localizado no município de Senador Pompeu, no sertão central do Ceará. A área abriga a barragem e os currais conhecidos como "Campos de Concentração", que foram palco de uma dolorosa história de milhares de flagelados durante as secas de 1915 e 1932.
A visita ganhou destaque após o prefeito de Senador Pompeu, Maurício Pinheiro (PDT), compartilhar nas redes sociais um registro do encontro e expressar sua defesa por um projeto que mantenha viva a memória dos "Campos de Concentração" como forma de evitar que tais tragédias se repitam no futuro.
“Compartilhando um pouco da visita do presidente da FAEC, o amigo Amílcar Silveira, e da Popular Arte, junto com os amigos Luis, Luciana e Dona Ana, a um momento da nossa história tão rica e sofrida, no sítio histórico do Patu, patrimônio material e imaterial do Estado do Ceará”, escreveu o prefeito de Senador Pompeu, Maurício Pinheiro.
Durante a visita à barragem do Patu, ao cemitério e aos currais onde milhares de pessoas pereceram devido à fome, Amílcar Silveira comentou sobre o projeto "Caminhos da Seca", que visa reavivar essa dolorosa parte da história local. O percurso proposto pelo projeto começaria na Fazenda "Não Me Deixes", onde a escritora Raquel de Queiroz escreveu o livro "O Quinze", passando pelo Açude do Cedro e alcançando os campos de concentração do Rio Patu, no Sertão Central.
O presidente da FAEC ressaltou o objetivo de disseminar o conhecimento sobre a tragédia ocorrida em Senador Pompeu, quando tantas pessoas perderam a vida devido às secas que assolaram a região. Segundo Amílcar Silveira, é fundamental mostrar ao mundo a história desse povo sofrido e guerreiro, que enfrentou condições adversas e foi cruelmente impedido de buscar outros lugares para garantir sua sobrevivência. Para o prefeito Maurício Pinheiro, o que ocorreu foi mais do que uma catástrofe natural, sendo classificado como genocídio, relembrando também o século XIX, quando vítimas foram deslocadas para a Amazônia, contribuindo para o florescimento do ciclo da borracha naquela região.
A visita ao Sítio Histórico do Patu evidencia a importância de preservar e aprender com o passado, mantendo viva a memória desses eventos históricos para que possamos compreender e refletir sobre as adversidades enfrentadas por nossos antepassados e buscar soluções para evitar que a história se repita. Projetos como o "Caminhos da Seca" e a valorização do patrimônio material e imaterial do Estado do Ceará são passos significativos nessa direção, buscando garantir que as lições do passado sejam transmitidas às futuras gerações.
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