Com 16 casos, Ceará tem quase um feminicídio por semana em 2023
São ocorrências do primeiro quadrimestre. Caso mais recente aconteceu neste domingo no município de Farias Brito, no Cariri.

No primeiro quadrimestre de 2023, foram registrados pelo menos 16 feminicídios no Ceará, o que representa uma média de quase um caso por semana, levando em consideração as 17 semanas do ano. No entanto, é importante destacar que esse número pode ser ainda maior, já que a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) não disponibiliza dados oficiais sobre esse tipo de crime. A estatística tem como base os assassinatos de mulheres por motivação de gênero noticiados pela imprensa.
Entre os casos mais recentes, uma mulher de 30 anos foi morta a tiros pelo companheiro, de 42 anos, em Farias Brito, na região do Cariri, no último dia do mês. O homem também tirou a própria vida. Já em Missão Velha, uma mulher de 35 anos foi morta a facadas pelo ex-marido, que tentou se suicidar em seguida, mas sobreviveu.
Em Fortaleza, duas mulheres foram assassinadas no mesmo dia. Uma delas, de 46 anos, foi morta dentro da própria casa, e o namorado é apontado como o principal suspeito do crime. No segundo caso, a mulher de 25 anos foi morta a tiros após sair de uma casa de shows. O ex-namorado é apontado como principal suspeito do crime e está foragido da Justiça. Em Ubajara, na Serra da Ibiapaba, uma jovem de 25 anos foi morta a tiros pelo ex-companheiro, que foi preso em flagrante.
Dados consolidados da SSPDS apontam que entre janeiro e março, foram registrados cerca de 5,6 mil casos de violência contra mulheres no Ceará, todos enquadrados como casos tipificados pela Lei Maria da Penha. Janeiro foi o mês com mais ocorrências deste tipo de crime, com sete assassinatos, enquanto fevereiro não teve casos noticiados. Em março, foram quatro mortes. Ainda não há dados consolidados para o mês de abril.
É preocupante ver que, em um período de apenas quatro meses, 16 mulheres foram assassinadas no estado em razão de sua condição de gênero. A violência contra a mulher é uma realidade que precisa ser combatida diariamente, com políticas públicas eficiêntes que garantam, de fato, proteção e acesso à justiça. Ainda há muito a ser feito para mudar essa triste realidade.
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