Ministro da Justiça afirma que governo prepara PL para regulamentação das redes sociais

O texto, que já tem as linhas gerais definidas e unidade na equipe de governo, deve ser encaminhado para avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana.

Ministro da Justiça afirma que governo prepara PL para regulamentação das redes sociais
© Tânia Rêgo/Agência Brasil
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O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que está trabalhando em conjunto com a Secretaria de Comunicação (Secom) para elaborar uma proposta de projeto de lei para regulamentar as redes sociais. De acordo com ele, o texto, que já tem as linhas gerais definidas e conta com o apoio da equipe de governo, será apresentado ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana. Caso seja aprovado pelo Presidente, o projeto será encaminhado à Câmara dos Deputados.

O projeto em questão já está em tramitação na Câmara, sob a relatoria do Deputado Orlando Silva. A intenção do Ministro é utilizar o conteúdo desse projeto como base para uma nova legislação mais moderna e adequada, que proteja as liberdades e estabeleça deveres e cuidados por parte das empresas responsáveis pelas redes sociais. Além disso, a nova legislação deverá estabelecer um sistema de responsabilidade para crimes cometidos por intermédio dessas plataformas.

O Ministro explicou que o projeto em discussão na Câmara já passou pelo Senado e pode sofrer mudanças pelos deputados, o que implicaria em uma nova avaliação pelos senadores. No entanto, ele acredita que a lei poderá ser aprovada ainda este ano.

Além disso, há duas ações diretas de inconstitucionalidade em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), e uma audiência pública será realizada em 28 de março para discutir o assunto. O Ministro acredita que esses dois caminhos se complementarão para estabelecer novos marcos jurídicos sobre a internet no Brasil.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também está trabalhando em um relatório que será encaminhado ao Congresso. O Presidente do TSE e Ministro, Alexandre de Moraes, afirmou que o objetivo é apresentar sugestões ao projeto de lei em tramitação na Câmara, especialmente em relação à transparência no uso dos algoritmos, o engajamento dos usuários e a monetização das redes sociais. Segundo ele, é preciso estabelecer uma responsabilidade maior por parte das empresas em relação à informação veiculada nas redes sociais.

Moraes defendeu que não é necessário definir o conceito de fake news neste momento para uma nova legislação, "pois isso poderia impedir que o país regulamente o setor". Ele sugeriu exigir que todas as grandes empresas de tecnologia sejam responsáveis e transparentes em relação aos seus algoritmos. Ele acredita que os algoritmos podem ser responsabilizados, pois fazem com que as plataformas deixem de ser inativas e passem a ter ação.

Moraes também destacou que as mesmas regras que se aplicam à vida real também devem se aplicar ao mundo virtual. Ele enfatizou que "não se pode fazer na internet o que não se pode fazer na vida real".

O presidente da Câmara, Arthur Lira, defendeu um equilíbrio na discussão sobre o assunto e afirmou que não se deve permitir radicalizações. Ele acredita que é possível chegar a um consenso para a aprovação de uma lei para o setor.

Lira ressaltou que o tema está maduro em relação à sua espinha dorsal e que o poder judiciário e o executivo podem contribuir com propostas para a elaboração do texto final. Ele acredita que é importante ter um bom termo, que preserve a liberdade de expressão e a responsabilidade tanto das grandes empresas de tecnologia quanto dos usuários.